quinta-feira, 17 de março de 2011

Licitude humana e sua conveniência






Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. I Co. 6:12

Licitude humana e sua conveniência

Lei de Deus é considerada uma meta narrativa pelos cristãos, essa afirmativa é pautada no fato dela ser ditada por Deus aos homens inspirados pelo espírito Santo de Deus, dada aos homens para que assim pudesse conhecer a boa e agradável vontade Deus. Sabe-se, porém que frente a essa lei vinda de Deus confrontamos com nossos próprios pensamentos do que seja certo ou errado, licito ou não para que possamos usufruir de comunhão com o criador, frente a essa realidade entraremos nos seguintes comentários sem querer ferir a integridade da palavra.
O trecho supracitado da palavra é usualmente utilizado como forma de, seja limitação, como abrangência de comportamento. Fica a indagação: O que seria levado em conta na aplicação do referido trecho em nossas vidas? Não é surpresa que o homem frente à palavra de Deus torce, retorce de forma a alcançar o resultado desejado, deixando conveniente, a palavra certa para definir a teologia atual seria “conveniência”, para que possamos entender melhor a passagem repartiremos em três partes: 1º O que é licito? O que me convém? O que me domina?

Quanto à licitude
Nessa primeira parte do texto podemos ver claramente a liberdade de Deus dada ao homem, também chamada de livre arbítrio, trata-se do reconhecimento de Deus que o homem possa usar de escolhas concretas frente às possibilidades de agir conforme a vontade divina ou não. A liberdade segundo Sartre é uma condenação a raiz desse pensamento vem de kierkegaard, pensador cristão, essa liberdade causa angustia, visto se posso escolher, sou responsável pela minha escolha.
O movimento que o homem faz frente a angustia da auto responsabilização é de torcer a palavra para que suas escolhas, seus comportamentos sejam aceitos frente a sua consciência, dessa forma a angustia da liberdade “livre arbítrio” cai por terra, à medida que ele tem seu comportamento, pseudo justificado por uma narrativa bíblica com uma interpretação pessoal, logo limitada, não eximida de erro, logo estará pegando seja ou não justificado por sua auto interpretação bíblica.

Quanto à conveniência
Essa segunda parte do versículo fala a adequação do comportamento emitido; adequação a que? A palavra de Deus; seria o que Paulo vem falar, frente a liberdade nos dada é conveniente agir dessa ou daquela maneira? Frente a isso vemos que o ser humano na maioria dos casos busca a adequação baseada na conseqüência imediata ou terrena.
Tenho a liberdade de beber, é conveniente? Depende de onde, se for a uma festa social posso, se na igreja não; posso usar qualquer tipo de roupa? Se for pra um aniversario mundano posso, se na igreja não; posso ficar? Depende de quem, na maioria dos casos não cristãos, visto que para eles não terá problema ficar, por que se for cristão a moça pedira pra orar longos meses.
Portando vemos que na maioria dos casos a conveniência esta baseada no que vou receber socialmente como recompensa dos meus atos, mesmo que eles firam a Deus, a conveniências deve estar atrelada à vontade de Deus. Frente a isso vemos que cristãos vivem uma falsa moralidade, a pergunta é é licito se preocupar apenas com o exterior? Sim por que sou livre, agora fica a conveniências, é conveniente a eu viver uma moralidade sem viver a essência? A casos que sim logo que recebo da igreja um reconhecimento como santo, mas não diante de Deus, logo estaria mais preocupado com reconhecimento terreno do que com celestial.

Quanto ao que me domina
A bíblia diz que existe um homem carnal e um espiritual “O homem natural não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe é loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.” (I Co. 2:14) - “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” Gl. 5:16 e 17 e “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus.” Cl. 3:1.
Frente às narrativas entendemos que esse homem trino “corpo alma e espírito” podem escolher “falo de liberdade” o que lhe ira dominar, logo entendemos que a liberdade do homem, suas escolhas e conseqüências estão estritamente ligadas ao que lhe domina, homem carnal ou espiritual, qual sua escolha. Claro não se esquecendo que o crente moralista citado acima também se encaixa como carnal, pois seus pensamentos são apenas terrenos, preocupados com a santidade externas, que faz questão de mostrar para que ele mesmo não entre em contato com a essência do cristianismo onde o que intenciono também é pecado, e que ver um irmão desviado não é sinal que sou mais forte que ele, mas sim que ele precisa de minhas ajuda. Oremos!